Santa Cruz de la Sierra - Bolívia

 

 O primeiro destino internacional desde o início da pandemia e também o primeiro que fiz em um país da América do Sul, a viagem para Santa Cruz foi cercada de expectativas por minha parte e também alguns fatos curiosos que quero compartilhar com vocês. O tempo de voo para a cidade é similar a da minha última viagem, para Salvador e também o valor da passagem aérea, não muito distante do valor para a capital baiana. O segundo fator é a altitude, confesso que a altitude de La Paz por exemplo é um fator intimidador para mim, já sabendo dos efeitos que pode causar no organismo, tanto que o voo de volta fez escala em Cochabamba, com aproximadamente 1000 metros mais baixa e senti um pouco o efeito no período como um pouco de náusea e dor de cabeça. E finalmente o terceiro fator, que é a culinária santa cruzence, quase ausente na cidade de São Paulo, já que a maioria dos imigrantes bolivianos presentes são da região de Cochabamba ou La Paz/El Alto.


 A cidade de Santa Cruz é considerada a capital financeira do país e cidade mais populosa, ainda que a região metropolitana de La Paz que inclui a cidade de El Alto é a mais populosa da Bolívia. Eu achei bem peculiar a cidade, que é ainda é pouco vertical, alguns prédios são vistos mais na zona norte da cidade, mas o ambiente lembra de cidades grandes do interior do Brasil por exemplo Goiânia, inclusive no gosto musical onde a versão de música sertaneja local é apreciada. 



  Vou falar um pouco do transporte para o turista, a cidade dispõe de várias linhas com micro ônibus, não há metro por exemplo e nem corredores com ônibus maiores. Então a solução foi o aplicativo Uber, que conta com uma boa quantidade de motoristas, mas o viajante também pode optar por empresas de taxi, taxis clandestinos que também vi em grande número, caso alguém buzine para você, provavelmente será algum destes taxis, mas como não utilizei, não posso comentar sobre o custo benefício e nem sobre a segurança.


 Falando em segurança, no geral a cidade é bem tranquila quanto a isso, fiz muitas caminhadas diurnas para explorar um pouco e não tive problema algum, mesmo nos mercados populares que irei comentar a seguir. No período noturno sempre pegava o transporte por aplicativo para algum restaurante ou shopping, sim o lado paulistano pesa um pouco nesse momento e a curiosidade de visitar shoppings também faz parte do meu roteiro. Fiquei hospedado na região central, que aparentemente conta com muitos hotéis mais antigos, muitos acredito sem uma estrutura tão boa mas o Senses Boutique Hotel, colado na praça central foi a escolha e bem acertada, com bom serviço e quarto bem confortável. O valor do hotel não é muito alto, que convenhamos não é um 5 estrelas como descrito mas um ótimo 3 estrelas e teve café da manhã incluso que acredito para muitos ser um fator importante.


 A Plaza Principal 24 de Septiembre seria equivalente a Praça da Sé de São Paulo ou outras praças principais existentes em várias cidades brasileiras, que parece ser uma viagem no tempo, no tempo que famílias com crianças podiam ir para dar uma volta na praça, tomar um sorvete, idosos se reuniam para colocar o papo em dia, jovens vão para paquerar, tudo isso a noite. Foi o que vi nesta praça, um ambiente bem tranquilo, mas sim é o horário vi que vi também pedintes, alguns parece com horário e itinerário fixo e foi talvez o momento que senti um pouco de alguma insegurança. Porém a praça é bem policiada, estrategicamente de ponta a ponta. A visão da Catedral Metropolitana a noite é uma das mais belas da cidade e recomendo como ponto de interesse para passeio.


 Tirando a região da Plaza Principal 24 de Septiembre, a cidade tem muitos mercados, alguns que funcionam também no período noturno da cidade, não cheguei a ver outros pontos de vida noturna a céu aberto que as pessoas costumam passear, caso queiram visitar algum shopping, certamente o Ventura Mall é o que recomendo. O complexo conta com alguns restaurantes externos e até mesmo um Hard Rock Café.


 O cambio boliviano já foi bem mais favorável ao nosso, um real já chegou a valer 6~5 bolivianos que é o nome da moeda local. Ainda hoje é favorável mas a diferença caiu, quando fui 1 real valia 1,20 bolivianos para compra. Quando comparo, é sempre com o "custo São Paulo", então comida e transporte saem mais em conta que na capital paulista, a troca de moeda no aeroporto sempre não é tão boa, então troquem o necessário para o momento/dia. Na região central tem várias casas de cambio onde pode se trocar real por bolivianos, alias outra vantagem, muitos países você tem de comprar euro ou dólar para depois trocar pela moeda local, perdendo nessa compra, venda, o que não ocorre na Bolívia. Em São Paulo foi bem difícil achar moeda boliviana, troquei um pouco no aeroporto de Guarulhos mas com uma cotação horrível, então se puder não troque nada no Brasil, talvez um pouco no aeroporto de Santa Cruz mas se puderem deixem para trocar na região central da cidade. Como cheguei após as 21 na cidade acabei trocando um pouco no aeroporto para jantar.

 Agora quero falar um pouco sobre os mercados, eu nunca vi uma cidade com tantos mercados assim, espalhados pela cidade toda. Imaginem o bairro do Brás, Bom Retiro ou a 25 de Março dentro de grandes completos comerciais. O primeiro que visitei ocorre duas vezes por semana, a Feria Barrio Lindo que é quase que totalmente dedicado a roupas. Alias achei o valor das roupas no geral pouco convidativos, comparando com daqui. Me impressionou a limpeza dessas feiras, inclusive para usar o banheiro que é sempre pago mas com retorno em se tratando de limpeza. Há opções de alimentação em torno ou na praça de alimentação.




 O maior mercado da cidade e o que mais me impressionou foi Mercado Mutualista, é um imenso mercado, todo coberto e bem arejado que faz com que os clientes consigam caminhar como mais conforto do que em ruas comerciais de rua. Lá pode se encontrar de tudo, de brinquedos até folhas de coca, e também conta com a seção alimentação.





 Como fiquei poucos dias, acabei não comendo nada nestes mercados e sim em locais que sempre escolho com antecedência. Já vi relatos de turistas com dor de barriga por conta da comida local, porém acho um risco que pode ocorrer em qualquer lugar, mesmo aqui no Brasil.



  A partir desta quinta vamos começar as postagens de locais que o blog visitou em Santa Cruz de la Sierra, e também as segundas como faço dos locais que viajo.



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