Bar da Dona Onça (4) - São Paulo - Brasil

 

 Acho que esta é uma hora oportuna de falar do local, já que não faz muito tempo que a chef e propietária, Janaína Torres, ganhou o prêmio de melhor cozinheira do mundo, e antes de mais nada, o blog dá os parabéns a chef e vida longa ao Bar da Dona Onça. 

 Com o prêmio veio a expectativa alta, especialmente de pessoas que nunca visitaram o restaurante, e estava lendo comentários, como tamanho pequeno das porções, e qualidade de alguns pratos.

 Pessoalmente já provei muita coisa do cardápio, e algo que cruzando valor e tamanho da porção, as coxinhas podiam vir algumas unidades a mais, quanto aos pratos, sempre achei o porcionamento bem adequado. Quanto a qualidade, entendo que agradar a todos é algo extremamente difícil, o paladar é a coisa mais democrática que existe, mais que a democracia, e estas nuances de texturas, temperos e proporções de insumos de pratos, especialmente os populares que abrem margem para comparabilidades, existem, e quem cozinha deve seguir a sua identidade culinária firmemente.


 Mais um pitaco sobre qualidade, eu gosto de pegar como exemplo o prato feito da casa, um prato do dia a dia dos brasileiros, o valor do prato feito da casa é algo assustador, não há insumos caros, mas sim técnica culinária e muita qualidadede em cada elemento, até hoje não encontrei um prato feito nota 10 igual ao da Dona Onça, infelizmente, o que pra mim demonstra como a comida do dia a dia da Grande São Paulo é algo ainda muito desvalorizada.


 Foi a primeira vez que provei uma massa da casa, o talharim + carne de panela. A massa é muito boa, firme, e a carne de panela que é um cozido, logo seu caldo misturado com o macarrão combinou perfeitamente. Vou ressaltar, carne de panela, cozido de carne bovina, cujo corte pode vir de partes mais firmes como músculo, acém, coxão duro etc, O cozido pode vir acompanhado de batatas e cenouras. O picadinho é outro prato, que aliás é feito também produzido com perfeição no restaurante.

 Nota: 9/10




 A feijoada, prato muito presente nas mesas aos sábados, não só por ser o prato do dia mas também por ser um dos pratos mais adorados pelos brasileiros. O caldo da feijoada pra mim tem ter sabor proveniente do cozimento do feijão preto e partes suínas, especialmente as cartilaginosas, e isso tudo estava presente. Gosto de feijoada com caldo, para misturar com arroz e farofa. Os legumes foram acompanhamentos que me deixou surpreso, priemeiro pela forma impecável que foram produzidos, e segundo que são elementos que ajudam a dar um contraponto, junto com a couve e laranja, são elementos refrescantes, aliás couve cortada em chiffonade gosto assim, crua.
  
 Nota: 9,5/10




 O virado a paulista me fez ir em uma segunda feira no restaurante. Curioso que é um prato que não combina com o dia, as pessoas geralmente preferem algo mais leve neste dia, e o virado não é um prato mais popular por isso, acredito que ninguém nunca escreveu isso, e falo mais, combinaria com a sexta feira, dia do happy hour, do pré fim de semana. De qualquer forma o prato é interessante, arroz e tutu de feijão excelentes, notem o corte da couve um pouco mais grossa, você consegue sentir mais a textura, as linguiças de ótima qualidade, o ovo frito perfeito e o carré suíno me surpreendeu, um corte bem alto, de risco moderado no preparo pois o interior pode ressecar muito, algo que senti um pouco na hora de comer. Aliás, quem questiona o tamanho das porções, deveria provar este prato.
 
 Nota: 9/10



 
 A dobradinha é um prato difícil de encontrar em restaurantes modernos, e aqui estava presente. Quase uma versão alternativa da feijoada, caldo gostoso, bucho macio, as ervas frescas dão um constraste muito bem vindo ao cozido, o prato geralmente é mais forte nos locais populares, mas achei perfeito o balanceamento de proteínas e frescor, dando leveza, sem deixar o sabor de lado, achei impecável.

 Nota: 10/10




 Cardápio acredito estar com valores conforme data da postagem.




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